A pandemia e o bolsonarismo
Será que temos mesmo 30% de brasileiros que não se abalam nem mesmo com a perspectiva da morte iminente?
Números do último Datafolha mostram que a saída de Moro não foi capaz de abalar a base de apoio de Bolsonaro, que continua firme.
Mas, enquanto isso, sobe o número de casos de morte pelo coronavírus.
Teria o Moro feito a aposta oposta ao pular fora do barco?
Hoje o presidente reafirmou sua linha contra o isolamento social, contra a precaução, contra a preservação da vida e a favor de um enfrentamento de peito aberto, nas ruas, do jeito que os seus gostam.
O que os especialistas diziam os números da pandemia no Brasil começam a mostrar. Que pode repetir aqui o mesmo quadro dos países mais afetados.
Como o presidente fala e volta atrás em vários momentos, não seria de se estranhar ele mudar de opinião se a situação agravar muito, mas vai ficando evidente que ele não pensa em passo atrás.
Será que os 30% seguirão juntos com ele até a curva da doença mudar de direção?
Triste quadro.
Em tempo: Bolsonaro foi eleito com 55,13% dos votos válidos, contra 44,87% do Haddad. Se considerar o total dos eleitores brasileiros (147.306.294), Bolsonaro obteve 40,2% dos votos. As pesquisas estão mostrando o presidente sempre em torno de 30% de aprovação. Perde 10,2% após a eleição, normal diante de tantos transtornos, mas parou de perder e segue com esses 30% até aqui.
Brás Rubson : Sociólgo e cartunista